NO CAMPO DE BATALHA DO CORPO

Tradução: Antonio Miranda Página publicada em fevereiro de 2017

I

Na última vez usamos o silêncio
como balas,
ferimo-nos mortalmente
no combate.
Agora, apenas começamos
a recuperar-nos
e já temos um rifle
pronto para a luta.

Incapazes de admitir
a derrota,
voltamos a enfrentar-nos
no campo de batalha de teu corpo.

II

Na penumbra,
esqueço o temor
escondido entre as mãos
contigo cruzo a fronteira do desejo
penetro no território
onde a vida e a morte
se dissolvem.

Como náufrago sedento de aventuras
submerjo
na água turbulenta
de teu rio inexplorado.
Vítima uma vez mais
de tua emboscada.